Servidores da UESPI fazem manifestação em frente a reitoria

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Por: Joaquim Camilo e Wenner Tito

Manifestantes do sindicato dos trabalhadores da UESPI – SINTUESPI, paralisaram e fizeram um protesto hoje pela manhã na frente da reitoria da universidade, cobrando aumento salarial e a implantação do plano de cargos, carreira e salários - PCCS. Os sindicalistas alegam que os salários estão defasados, enquanto a reitoria se exime da responsabilidade, repassando-a para o governo estadual.

Atualizado em: 06/10/2009, às 22:35

Segundo a diretoria do SINTUESPI, em mobilização realizada no segundo semestre do ano passado, a reitora “cedeu a pressão” e elaborou a proposta do PCCS e a encaminhou ao governo do estado. Mas Marcílio Costa, presidente do sindicato, diz que, desde então, o processo está parado e a reitoria, ao lado do governo do estado, têm “empurrado com a barriga”. O sindicalista ainda faz comparações com outras instituições de ensino superior. “Todas as outras universidades, federais e estaduais, tem plano de carreira... um zelador na UFPI ganha mais do que um advogado aqui”, diz ele. Outra reclamação dos sindicalistas é pela realização de concurso público para os servidores da UESPI. Segundo o sindicato, 75% do quadro da universidade é terceirizado.

Em nota repassada para a equipe do linha de notícias, a universidade se declara a favor da implantação do PCCS, e confirma já a ter encaminhado para a Secretaria de Administração. Segundo a reitoria, tramita também uma proposta de reforma administrativa da UESPI, e um dos itens dessa reforma trataria da remuneração dos servidores. Outro item se refere a criação de 1 mil vagas, a serem preenchidas por concurso público nos próximos anos, contemplando os níveis fundamental, médio e superior.

A reitoria também se defende alegando que em 2005, quando da elaboração do Plano de Carreira dos professores, a então representação dos servidores foi consultada para uma possível elaboração de um plano específico para a categoria. Porém, o sindicato decidiu enquadrar-se no Plano Geral do Estado. Assim, o salário dos servidores da UESPI hoje estaria igual ao salário de todos os outros servidores estaduais.

O impasse, porém, continua. Marcílio Costa diz que a reitora não atende os pedidos de reunião evita discutir com a classe. Amanhã será realizada uma assembléia geral que, dentre outras coisas, pode deliberar por nova paralisação ou até mesmo greve.

A CRISE
O impasse entre sindicato e reitoria é apenas um dos problemas referente a UESPI nos últimos tempos. Recentemente, a professora Maria da Graça Ciríaco, presidente da Associação dos Docentes da UESPI, afirmou que a universidade pode ser rebaixada para centro de ensino, porque a instituição não está dentro do padrão de estrutura exigido pelo MEC, além de não contar com o número mínimo de professores mestres e doutores.

O baixo valor da remuneração também já é discutido a algum tempo. Segundo pesquisa realizada pela Fundação Cepro, em parceria com a Secretaria Estadual de Administração e a Escola de Governo, a UESPI está entre os órgãos estaduais que pagam salários mais baixos para seus servidores, dividindo a terceira posição com a Secretaria de Educação e Cultura (SEDUC) e com o Gabinete Militar, ficando atrás apenas do Hospital Dirceu Arcoverde e do Instituto de Previdência e Assitência.

Até mesmo as reformas que vêm sendo realizadas nos campi do interior do estado são questionadas. Recentemente, quando visitava a cidade de Regeneração para inaugurar uma estrada, o Governador Wellington Dias foi abordado por um grupo de estudantes do campus da UESPI da cidade de Amarante, que, de caras pintadas e nariz de palhaço, indagaram o porquê da demora na reforma do campus, que já dura quase dois anos.

Eurípedes Soares Filho, concorrente pela chapa 4 nas eleições para reitoria da UESPI que serão realizadas no próximo dia 12 de novembro, acusa a atual administração pelos problemas. Segundo ele, a instituição está passando por um caos administrativo e acadêmico. “Existe um desmando completo, há uma falta de organização, o que vem dificultando e agravando todo o seguimento da universidade”, diz o candidato.

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