Ambientalistas se reuniram na última semana para questionar a já acertada instalação da Suzano no Estado. Discutiram que a fábrica será construída próxima ao rio Parnaíba, poluindo seu leito, e o projeto de cultivo e reflorestamento do eucalipto prejudicará o desenvolvimento das espécies nativas.
Ainda afirmam que, além do impacto ambiental, as ações da empresa prejudicarão as atividades de extrativismo, agricultura familiar e culturas tradicionais.
A Suzano
A Suzano é uma das maiores produtoras de papel e celulose de eucalipto da América Latina. A Companhia possui cinco unidades industriais: Rio Verde e Embu no estado de São Paulo; Mucuri no sul da Bahia e detém indiretamente 50% do controle da Ripasa, empresa que produz celulose. Esta possui duas unidades industriais no Estado de São Paulo: uma fábrica em Americana, e uma em Embu.
Destaca-se em 2008, o anúncio dos projetos que compõem o novo ciclo de crescimento da Companhia no período de 2008 a 2015, que compreendem três linhas de produção de celulose planejadas (Unidades de celulose no Sul do Maranhão, no Piauí, e uma nova linha de celulose) e a ampliação da capacidade da Unidade de Mucuri.
A Empresa no Piauí
Há cerca de dois meses, o governador anunciou a chegada da fábrica de papel no Estado. A Suzano, que será instalada entre os municípios de Teresina e Palmeirais, investirá mais de três bilhões de dólares no projeto. Serão 35 mil empregos diretos e indiretos gerados na região, superando a aplicação financeira da Vale do Rio Doce. Ainda a um plano governamental para a construção de uma ferrovia de 30 km ligando Teresina a cidade da Suzano.
O Eucalipto
A matéria prima da produção da Suzano no estado será o Eucalipto. São, em termos gerais, árvores e, em alguns raros casos, arbustos, nativas da Oceania.O gênero cresce rapidamente e é muito utilizado para produzir pasta de celulose, usada no fabrico de papel, carvão vegetal e madeira. Alguns defendem que a plantação de eucaliptos permite evitar o corte e abate de espécies nativas, para tais fins, pelo que seria uma opção adequada a terras degradadas, promovendo-se a economia onde são cultivadas. Contudo, o assunto mantém-se polemico.
Os conflitos sócio-ambientais gerados partir da confecção de milhares de hectares de monocultura no Piauí passam a ser levantados pelos ambientalistas. Citam os casos no norte do Espírito Santo e no extremo sul da Bahia, onde a Suzano implanta a sustentabilidade da monocultura do eucalipto que prejudica a agricultura familiar e o extrativismo do Cerrado e da Caatinga. Outro ponto questionado são os projetos de reflorestamento com eucalipto na bacia do rio Parnaíba, que pega tanto o estado do Maranhão como o estado do Piauí, e a bacia do rio Preguiças, no estado do Maranhão. O parque nacional dos Lençóis Maranhenses, portanto, fará parte das terras de reflorestamento. Assim, serão em terras públicas que a empresa pretende implantar seus monocultivos.
Texto : Joaquim Camilo
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